Opinião: A Ilha do Dr Moreau, de H. G. Wells

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Olá a todos!

Hoje trago-vos a opinião sobre um livro que, atendendo ao mês em que nos encontramos, sugiro para leitura de Halloween.

Antes de falar sobre o livro em si, gostaria de mencionar que, tal como Julio Verne previu a ida à lua, Wells previu a invenção do avião, viagens espaciais e armas nucleares. Daí, na altura serem consideradas obras de ficção científica. Certamente algumas das suas obras, se fossem lançadas hoje, seriam apenas de ficção.
Outros títulos do autor: A Máquina do Tempo; Guerra dos Mundos e O Homem Invisível.

Sinopse
Em 1887, o navio Lady Vain naufraga no Pacífico. À deriva e sem esperanças de sobreviver em alto mar, Charles Prendick é resgatado por um navio, chefiado pelo doutor Montgomery, com uma missão invulgar: levar algumas espécies de animais selvagens para uma pequena ilha do Pacífico. Ainda debilitado, Prendick é obrigado a desembarcar na ilha, onde conhece a estranha figura do Dr. Moreau, um cientista que, exilado em consequência de controversas pesquisas em Inglaterra, realiza experiências macabras com animais.

A Ilha do Dr. Moreau, lançado no ano de 1896, por um dos pais da ficção científica, é um livro que debate questões actuais, como a ética na ciência, a evolução e perceber o que nos caracteriza como humanos.

A obra segue a linha de Dracula de Bram Stoker (lançado em 1918), sendo apresentada em forma de diário. Além do Universo de ficção científica, este mostra-nos também uma aventura num lugar exótico – típico da literatura da época, onde o colonialismo era o assunto do dia e pode ser encontrado também noutras obras, como n’A Ilha do Tesouro (1882) de R. L. Stevenson e até em obras mais recentes como n’O Senhor das Moscas (1954), de William Golding.

Seguimos Penwick na sua aventura, desde o seu resgate de um naufrágio por Moreau (o cientista), que o leva para uma ilha onde vive há nove anos.

Moreau foi exilado de Inglaterra por fazer experiências macabras, ficando com toda a comunidade cientifica contra ele.
Isso não foi suficicente para o demovor e continuou as suas experiências nessa ilha, onde tenta transformar (de formas horrendas, violantas e crueis) animais em seres humanos.

Além das experiências feitas por Moreau serem imorais, são também egoístas. Este cientista não tinha como objectivo qualquer avanço na ciência para benefício do que quer que fosse. Ele fazia tudo apenas por deleite de ver as suas “obras de arte” a tentar chegar a algo que, para ele, seria a “perfeição”. Sempre que a sua experiência tinha um revés ou simplesmente corria mal, ele expulsava os animais para outro canto da ilha, sem se preocupar mais com estes.

Penwick perde algum tempo a tentar perceber o que se passa na ilha a que chegou, pois ao início, este pensava que Moreau estava a tentar transformar humanos em animais.
É devido à sua chegada que o destino da ilha muda. Para pior ou para melhor? Isso não posso dizer. Têm de ler para descobrir!

Citação:

Lá fora os uivos pareciam ainda mais altos. Era como se todo o sofrimento do mundo estivesse concentrado numa única voz. No entanto, eu sabia que, se toda aquela dor estivesse a ser sentida no quarto ao lado, por alguém sem voz, acredito (e penso nisso desde então) que poderia conviver com ela. É somente quando a dor alheia é dotada de voz que põe os nossos nervos à flor da pele e que a piedade brota dentro de nós.

Quanto às adaptações cinematográficas inspiradas na obra, não existe uma única que vos aconselhe. Nenhuma conseguiu captar o Universo criado por H. G. Wells, por isso aconselho mesmo a que, caso tenham interesse pela história, não tentem ver um filme, mas sim ler.

Até já!
Ela.

Detalhes da obra: 

Editora: Aletheia Editores | ISBN: 9789896228231 | Páginas: 210

 


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